SÃO PAULO – Na disputa entre as siderúrgicas chinesas e as mineradoras acerca do reajuste no preço do minério de ferro, especula-se que a Vale poderia aceitar uma redução de 10%. É o que indicam fontes ligadas à Baosteel, maior siderúrgica do país e atuando como parte da Cisa (China Iron & Steel Association), conforme noticiado na imprensa internacional.

Entretanto, as siderúrgicas clamam por um corte maior, de aproximadamente 40%. Dado o impasse em Xangai, as negociações envolvendo a mineradora brasileira e a gigante chinesa continua sem grande progresso, devendo retornar somente daqui a uma semana, após o feriado do ano novo lunar na China. Cabe ressaltar que a proposta da Vale teria sido meramente informal, não havendo ainda nenhum anúncio oficial.

Siderúrgicas apressadas, mineradoras nem tanto

"As mineradoras, especialmente a Vale, não estão muito ansiosas para o encontro", observou um analista que cobre a Baosteel, completando: "a impressão é de que elas estão no aguardo, esperando o ambiente econômico melhorar". Caso a procura por produtos derivados do aço se eleve no decorrer do ano, o argumento das siderúrgicas se enfraquecerá, explicando a demora relativa nos acordos.

No entanto, cabe lembrar que a data tradicional de reajuste no preço do minério de ferro é em abril, tendo as siderúrgicas requerido antecipação para possivelmente utilizarem a tendência negativa do lado da demanda como justificativa às solicitações. De acordo com notícia veiculada no periódico australiano Australian Financial Review, tanto a Vale quanto a Rio Tinto provavelmente deverão recusar um acordo precoce.

Por fim, em meio às especulações acerca de que a Vale poderia acatar uma redução na casa de 10%, a InfoMoney contatou a assessoria de imprensa da mineradora. Contudo, a companhia isentou-se de qualquer opinião, não comentando a expectativa da magnitude no corte.

 

Fonte: Infomoney