Rio Tinto deve reduzir mais a produção de alumínio, dizem analistas
A mineradora anglo-australiana Rio Tinto deve anunciar mais cortes na produção de alumínio, a menos que o preço do metal se recupere substancialmente, acreditam analistas.
Segundo eles, a redução na atividade deve ocorrer principalmente nas fundições com alto custo de produção que a companhia adquiriu quando comprou a Alcoa em 2007.
Essas fundições – Tomago, na Austrália; Dunkirk, no Reino Unido; e Sebree, nos Estados Unidos – têm capacidade combinada de 1,15 milhão de toneladas.
"Esperamos mais reduções na produção nas unidades da Alcan se os preços não se recuperarem", avaliou o JPMorgan.
Na terça-feira, a Rio Tinto anunciou o adiamento da expansão de sua refinaria de alumina em Yarwun e reduziu a produção de bauxita na mina de Weipa, ambas na Austrália, por causa da queda na demanda e nos preços.
Os cortes de produção feitos por várias empresas no mundo ainda não surtiram efeito sobre o mercado.
Analistas do Citigroup e da consultoria AME Mineral Economics avaliaram que entre 1,4 milhão e 2 milhões de toneladas de capacidade de fundição devem ser suspensas para equilibrar o mercado, além dos cortes de 6,7 milhões de toneladas já anunciados.
Eventuais decisões da Rio Tinto sobre redução na produção também devem afetar a fundição da ilha de Boyne, na Austrália, que tem capacidade para produzir 550 mil toneladas de alumínio por ano.
Boyne e Tomago dependem da mina de bauxita em Weipa para funcionar, lembrou Michael Dixon, gerente executivo da AME.
A AME Mineral Economics disse que 9 das 22 fundições da Rio Tinto operam com custos de produção acima dos preços de mercado.
Baseado nos custos do primeiro trimestre, cerca de 50% da produção de alumínio do mundo não são lucrativas, segundo a consultoria.
As cotações do alumínio despencaram de um recorde de US$ 3.380 em julho do ano passado, para a mínima de oito anos em US$ 1.279, em fevereiro, na London Metal Exchange (LME).
Nesta semana, o preço subiu a US$ 1.518, o maior desde janeiro. Os estoques de alumínio da bolsa chegam a mais de 3,5 milhões de toneladas, um recorde.
A queda no valor do alumínio é especialmente ruim para a Rio Tinto, que em 2007, apostando nesse mercado, comprou a Alcan por US$ 38,1 bilhões.
A dívida da companhia, que negocia um acordo com a Chinalco de US$ 19,5 bilhões, chega a US$ 38,7 bilhões.
Fonte: Agência Estado