Preço do vanádio se recupera e anima mineradora baiana

Os preços internacionais do vanádio caíram nos últimos tempos, assim como os de outras matérias-primas, alcançando um mínimo de 2,40 dólares em dezembro de 2015. Mas, cinco meses depois, recuperaram 60% do valor, o que dá uma esperança adicional à Largo Resources, que produz o metal no interior da Bahia, por meio da subsidiária Vanádio de Maracás.

Com os preços deprimidos ao longo de 2015, muitos produtores quebraram ou abandonaram o negócio, mas uma demanda renovada dá esperanças à Largo Resources. O sistema Aliceweb, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostra que o preço médio do quilo do pentóxido de vanádio, exportado por Salvador (BA), passou de US$ 4,20, em dezembro, para US$ 5,38, um aumento de 28%.

"Os preços começam a subir. Estamos agora na faixa dos 4 dólares a libra [0,45 quilo], o que representa um aumento de 60% a 70% desde dezembro do ano passado", disse Mark Smith, presidente da companhia, em uma visita realizada na semana passada a Maracás. De janeiro a maio deste ano, a Largo exportou 2.400 toneladas, 25% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

"A escassez no abastecimento cria tensões no mercado e isso faz que os preços subam. Acho que teremos uma escassez de vanádio este ano e possivelmente parte do ano que vem", estimou, em entrevista à agência francesa AFP. Para enfrentar esse difícil período, a Largo firmou, com um consórcio de bancos brasileiros, uma linha de crédito de quase R$ 105 milhões.

Na mina Maracás Menchen, na cidade de mesmo nome a 400 quilômetros de Salvador, trabalham cerca de 500 pessoas. A companhia canadense Largo Resources é dona de 90% do ativo. Seus donos garantem que essa área conta com o vanádio mais puro do mundo, extraído a um custo mais competitivo do que o do maior produtor mundial, a China, e do que a Rússia e a África do Sul.

Pouco conhecido em relação ao minério de ferro, uma das principais commodities brasileiras, o vanádio é utilizado sobretudo como aditivo para fortalecer o aço e reduzir seu peso. Esse metal cinzento e brilhante também é usado na fabricação de aço inoxidável para material cirúrgico, na indústria aeroespacial, componentes de reatores nucleares e ímãs supercondutores.

Em maio deste ano, a mina teve uma produção recorde de 780 toneladas, destinadas a construir edifícios mais resistentes a terremotos ou automóveis mais seguros. A mina tem uma capacidade de 9.700 toneladas, reservas provadas de 18,4 milhões de toneladas e vende atualmente 100% de sua produção à multinacional de commodities anglo-suiça Glencore.

"Com uma pequena quantidade de vanádio, falo de 500 gramas por tonelada de aço, melhoramos a qualidade da resistência do aço em 30%, o que significa que na construção de automóveis podemos reduzir a massa em 30%. Isso poupa combustível [porque o transporte é menor] e reduz o impacto ambiental de toda a cadeia de aço. É por isso que eu digo que é um metal verde", afirmou Paulo Misk, presidente da Largo Resources no Brasil. Com informações da AFP.

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