O mercado de concentrado de urânio
A produção do combustível que alimenta as usinas de geração elétrica nuclear é feita em uma sequência de processos industriais que se inicia na mineração e no beneficiamento, que produz concentrados de urânio. Seguem-se a conversão do concentrado em hexafluoreto de urânio e seu enriquecimento (aumento da proporção do isótopo U-235 acima do teor natural).
A fabricação combustível se dá pela reconversão do hexafluoreto em dióxido de urânio, produção de pequenas pastilhas cerâmicas cilíndricas desse dióxido e montagem mecânica dessas pastilhas nos chamados "elementos combustíveis", que são o produto final entregue à usina para carregamento no reator nuclear.
Por razões mais históricas do que técnicas ou econômicas, concentrado, conversão, enriquecimento e fabricação do combustível constituem mercados separados, com diferentes fornecedores atuando em cada um deles.
As utilities nucleares compram concentrado, contratam sua conversão, em seguida contratam seu enriquecimento e finalmente contratam a fabricação do combustível. Concentrado, conversão e enriquecimento são commodities. Elementos combustíveis são produtos customizados.
A oferta no mercado internacional de concentrado de urânio é composta pela produção primária das atividades de mineração e beneficiamento de fontes secundárias. O beneficiamento, isto é, produção do concentrado chamado yellow cake, é feita sempre "na boca da mina" porque os minérios de urânio são tipicamente de baixos teores, não sendo viável economicamente o transporte do minério bruto.
As fontes secundárias incluem excedentes em estoque acumulados por produtores e consumidores (empresas de geração elétrica nuclear), os estoques dos governos, urânio reciclado a partir de estoques do governo e diluição (downblending) do urânio militar russo altamente enriquecido (HEU).
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Fonte: Valor Econômico