Nova fase da crise deflagra corrida ao ouro
Procura aumenta e cotação da commodity dispara, para US$ 1.317 a onça
Preocupados com o recrudescimento da crise financeira mundial, cada vez mais os investidores procuram investir em ouro e ações de mineradoras. Segundo a agência Reuters, o banco suíço UBS está recomendando que seus maiores clientes mantenham de 7% a 10% de seus ativos em metais preciosos, como ouro, que fechou negociado a US$ 1.317 a onça.
“Nesse ponto, Mantega (Guido, ministro da Fazenda) está certo: há uma guerra cambial em andamento, com muita instabilidade, e, dificilmente, a China poderá continuar puxando a economia mundial, por causa da pressão dos EUA pela desvalorização do iuan”, pondera o economista José
Carlos de Assis, presidente do Instituto Desemprego Zero. Para Assis, o cenário atual é parecido com o da década de 70. “A diferença é que, por enquanto, a situação atual é de deflação”, ressalva. Assis, porém, vê o Brasil perdendo a guerra cambial, por estar fora dela. “Nesse cenário, que inclui a desvalorização brutal do dólar, o real valorizou 30% desde o começo de 2009″, critica, lembrando que o mundo está longe de superar a crise.
“Há uma desaceleração muito forte nos EUA. A Irlanda terá contração de 5%, o mesmo ocorrendo com a Grécia este ano. Os mercados cambiais e financeiros, sobretudo bolsa, estão subindo, mas é característico da especulação, não de recuperação.
Assis lembra que, desde 2008, cerca de 400 bancos norte-americanos quebraram e 800 são mantidos sob observação. “Não são bancos pequenos. Os megabancos escaparam da liquidação porque o governo interveio, mas o principal banco médio hoje é sete vezes maior que o Continental, que quebrou no governo Reagan”, resumiu.
Fonte: Monitor Mercantil Digital