Mineradoras estudam vender ativos de níquel no valor de US$ 14 bilhões

O aumento de 37% no preço do níquel este ano pode fazer com que grandes mineradoras vendam, por até US$ 14 bilhões, minas em que não têm mais interesse comercial. A Anglo American cogita vender a mina de Barro Alto (GO), avaliada em até US$ 2 bilhões. O níquel foi negociado no dia 4 de junho a US$ 19 mil por tonelada no mercado à vista em Londres. 

As mineradoras não vêem o níquel como uma boa estratégia, porque o metal gera menos lucro em relação às outras commodities e necessita de mais investimentos. Com o aumento dos preços do níquel em 2014, a Norilsk Nickel, maior produtora do metal no mundo, assinou um acordo para vender duas minas na Austrália.

A BHP disse, em 14 de maio, que pretende vender sua unidade de níquel na Austrália, e a Anglo American considera a venda da mina de Barro Alto. No último mês de maio, o Deutsche Bank afirmou que a Vale é uma possível compradora da unidade de níquel da Anglo.

A First Quantum Minerals foi apontada como outra possível compradora dos ativos de níquel das grandes mineradoras, segundo informações do Sanford C. Bernstein & Co. Com o preço atual do níquel, os ativos da BHP estão avaliados de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões, e Barro Alto de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões.

 

O aumento do preço do níquel faria com que os valores dos ativos dobrassem. Em um cenário, criado pelo Macquarie Group, com o preço da commodity a US$ 24 mil por tonelada, os ativos da BHP chegariam a US$ 9 bilhões, e os da Anglo a US$ 5 bilhões. 

Os analistas estão divididos sobre o futuro do níquel. O Goldman Sachs Group acredita que o preço do metal vai cair nos próximos doze meses à medida que os chineses fortalecem sua capacidade de produção na Indonésia para contornar a proibição da exportação. Em contrapartida, o banco de investimentos Macquarie projeta um crescimento no preço do níquel.

 “A proibição da Indonésia é um divisor de águas. Nós temos um perfil de preços muito atraente, que cresce agressivamente. Isso ocorre, em especial, porque começamos a ver um déficit estrutural significativo surgindo na commodity”, disse Jeffrey Largey, analista do Macquarie. 

Em 13 de maio, a commodity chegou a US$ 21 mil por tonelada, no mercado à vista na London Metal Exchange, quantia que representou o maior preço desde fevereiro de 2012. Hoje (4), o metal é negociado a US$ 19 mil por tonelada.

O preço do níquel cresceu em 2014, depois de enfrentar três anos seguidos em queda, com a proibição de exportação da Indonésia. A China utiliza níquel de baixo teor para sua produção de aço inoxidável. Produção essa que, segundo previsão do Macquarie Bank, vai cair 25% neste ano em função da diminuição da oferta, afetada pela proibição da Indonésia.

Fonte: Notícias de Mineração

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