Mina de ouro será inaugurada em maio
Importante visita técnica da diretoria da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM foi realizada às localidades das futuras minas de ouro em Santa Luz e de vanádio em Maracás, nos dias 30 e 31 de janeiro de 2013, pelo Presidente Hari Alexandre Brust, juntamente com o Diretor Técnico Rafael Avena Neto,com o Gerente Raymundo Wilson e o Engenheiro de Minas Laelson Dourado Ribeiro.
O objetivo principal foi verificar “In Loco” o andamento dos trabalhos finais para a implantação desses dois empreendimentos, previstos para serem inaugurados em março, no caso da mina de ouro de Santa Luz e em novembro deste ano, no caso da mina de vanádio de Maracás, cuja Pedra Fundamental será lançada no dia 21 de fevereiro pelo Governador Jaques Wagner.
A mina de Santa Luz situa-se em áreas pertencentes à CBPM, arrendadas à Yamana Gold Inc., mineradora, com sede no Canadá e que atua na exploração em diversos estágios da cadeia produtiva do ouro. A Yamana conta com bases de captação no Brasil, Argentina, Chile, México e Colômbia, criando oportunidades de trabalho nesses países, tanto na área operacional quanto administrativa. Os investimentos realizados no projeto, até o momento, atingem a cerca de US$200 milhões. Com relação à mão de obra, atualmente trabalham na montagem do projeto cerca de 1.100 profissionais. Quando ocorrer a etapa de produção, esta quantidade de profissionais deverá ser da ordem de 700. Para um município situado na área do semiárido, este número de trabalhadores em uma empresa pode ser considerado como de extrema relevância na geração de emprego e renda para a região.
A lavra inicial do ouro deverá ser inicialmente a céu aberto, até o limite provavelmente de 240 metros, e os estudos técnicos mostram que as reservas prováveis desse bem mineral devem atingir a cerca de 1,5 milhão de onças (oz), sendo que já existem mais de 582.000 onças de reservas medidas e indicadas.
A Yamana pretende iniciar a sua produção no mês de março de 2013, sendo que, nos próximos dois anos deverá ter uma produção de 130.000 oz/ano. O ROM (Run of Mine), para a extração a céu aberto e beneficiamento do minério deverá ser da ordem de 2.5 milhões de toneladas por ano, com um teor médio 2,15g/t de ouro. O minério deverá sofrer um tratamento através de flotação e carbon in leach e pelos dados obtidos até o momento a vida útil da mina deverá ser de mais de 10 anos.
Estes dados correspondem apenas ao “Alvo C1”, isto é, a área pertencente à CBPM. Acredita-se que os recursos totais de minérios devam atingir a 29.000.000 de toneladas, sendo que 73% deverão ser explorados através de mina a céu aberto, com teor de 1,78 g/t de ouro e a mina subterrânea, 27% com teor de 3,22g/t de ouro. Vale salientar que o “Alvo C1” possui 37% deste total de recursos minerais estudados até o momento.
Por fim, vale salientar, que ainda existem na área cerca de 1.000.000 de toneladas de minério, que foi rejeito da Mineração Rio Salitre da CBPM, cujo teor médio é da ordem de 0,7g/t de ouro. Se considerarmos que este minério já se encontra britado e que existem algumas minas no Brasil que lavram minérios de ouro com teores bem abaixo desse, pode-se considerar que, no futuro, esta área também poderá ser aproveitada. A CBPM por essa parceria receberá royalties da ordem de 2,5% do ouro comercializado.
A outra importante visita da diretoria foi à mina de vanádio de Maracás, parceira da CBPM com a Vanádio de Maracás S/A, uma empresa subsidiária da canadense Largo Resources Ltd., que iniciou recentemente e a todo vapor as obras preliminares de instalações dessa mina e da planta de beneficiamento, que são necessários e relevantes para a implantação do empreendimento minero-metalúrgico para a obtenção do pentóxido de vanádio e que começará a produzir uma liga especial denominada de ferro-vanádio, produto atualmente essencial em diversos segmentos da indústria siderúrgica a partir de novembro deste ano.
Este projeto deverá absorver investimentos da ordem de 471 milhões de reais, sendo que destes recursos cerca de R$160 milhões já foram aplicados e R$215 milhões, já se encontram comprometidos com a aquisição de equipamentos e instalação. O projeto emprega no momento (fase de implantação) cerca de 950 profissionais, devendo atingir, em breve, 1.200 empregados diretos e indiretos. Na fase de produção o projeto deverá gerar 400 empregos diretos.
A partir de sua operação plena a empresa transformará a Bahia no principal fornecedor de ferro-vanádio do Brasil. O projeto deverá iniciar com um ROM (Run of Mine) da ordem de 900 mil t/ano, porém, após a sua expansão deverá passar a extrair e processar cerca de 1.800.000 t/ano de minério, cujos teores médios variam de 0,84% de V2 O5 a 1,23% e em algumas partes do minério chega a teores acima de 2%, considerados um dos maiores do mundo.
As sondagens detalhadas nas áreas da “Mina Gulçari-A” indicam uma reserva medida e inferida da ordem de 22.700.000 de toneladas, com teor que alcança a 1,23% de V2 O5. Quanto à Gulçari-Norte as reservas atingem 9.730.000 de toneladas, com um teor na faixa de 0,84% V2O5. Porém estudos preliminares estimam que deva existir, entre a reserva medida e inferida, uma quantidade de minérios da ordem de 50.000.000 de toneladas, com teores variando em torno de 1,2%
O projeto deverá extrair o minério através de lavra a céu aberto até uma profundidade de 180 metros. Quanto ao beneficiamento deverá ser usado um processo físico, juntamente com etapas de pirometalurgia e hidrometalurgia.
Os testes preliminares de concentração magnética conseguiram elevar o teor do V2O5 de 0,9% para 3,6%, o que faz com este minério torne-se excelente para a fase seguinte ao beneficiamento, que é a ustulação (calcinação).
Este minério de vanádio (magnetitito) ocorre juntamente com alguns silicatos que são ricos em platina e paládio, portanto, estes produtos estão ligados diretamente à fração não magnética, isto é, à ganga do minério. Sendo assim, este projeto não só irá produzir pentóxido de vanádio e/ou ferro-vanádio, mas também, platina e paládio, minerais raros e de alto valor econômico.
A CBPM com essa parceria deverá obter uma excelente receita, a partir de 2014, já que tem direito a 3% de royalties sobre o minério comercializado.
Fonte: CBPM