Metais: cobre cai 2% na Comex; níquel lidera queda em Londres
Os metais básicos operaram em baixa nesta quarta-feira, com o cobre caindo mais de 2% na Comex eletrônica e o níquel tendo liderado as perdas na London Metal Exchange (LME). Segundo traders e analistas que operam em Londres, o mercado esteve influenciado por vendas na Ásia, que desencadearam liquidações de posições compradas, e fatores técnicos podem derrubar ainda mais os preços nas próximas sessões.
O sentimento baixista foi em parte causado pelo desapontamento com o fato de o plano de estímulo econômico dos Estados Unidos não ter feito mais menções aos gastos com infraestrutura, o que pressionou os mercados de ações.
Às 10h15 (de Brasília), o cobre para março caía 2% para US$ 1,5445 por libra peso na Comex eletrônica.Às 8h08 (de Brasília), o cobre para três meses era negociado a US$ 3.407,00 por tonelada na LME, queda de 2,2% ante o fechamento de ontem, depois de operar em direção ao nível técnico de resistência de US$ 3.600,00 por tonelada.
O níquel recuava 3,9% a US$ 10.350,00 por tonelada, e o alumínio perdia 0,4% a US$ 1.393,00 por tonelada. O zinco tinha desvalorização de 2% a US$ 1.142,00 por tonelada, e o chumbo era cotado a US$ 1.149,85 por tonelada, quase inalterado. O estanho caía 0,5% a US$ 10.855,00 por tonelada.
Os estoques da LME continuam aumentando. Os de cobre tiveram acréscimo de 2.025 toneladas, e os de alumínio de 12.875 toneladas. "Após várias semanas de grandes volumes negociados, com cobertura de posições vendidas gerando compras técnicas, o cobre perdeu força em torno de US$ 3.600,00 por tonelada.
. Além disso, novas compras não se materializaram, e o sentimento de pessimismo pressionou os metais, levando investidores a liquidarem posições", disse um trader de Londres. Tecnicamente, os metais podem se recuperar após as mínimas de hoje, mas o cobre deve seguir em baixa, em direção a US$ 3.300,00 e a US$ 3.200,00 por tonelada.
Segundo o trader, o nível de US$ 3.350,00 por tonelada servirá de importante suporte, que, se rompido, poderá acelerar as vendas. De acordo com o analista Leon Westgate, do Standard Bank, a perspectiva para a demanda por metais não melhorou. "Não há sinal de um aumento dramático na demanda, então investidores estão liquidando posições", afirmou.
A ArcelorMittal, maior produtora de aço do mundo, respondeu à fraqueza econômica reduzindo sua produção global em 35% no quarto trimestre do ano passado, e continua cortando a produção no primeiro trimestre de 2009. Em meio a preocupações com a demanda industrial, a Agência Internacional de Energia (AIE) cortou hoje em 570.000 barris por dia sua estimativa para o consumo global de petróleo em 2009, devido à fraqueza na atividade econômica mundial. A AIE prevê que o consumo global de petróleo cairá para 84,7 milhões de barris por dia, o que representa uma redução de 1 milhão de barris por dia ante 2008, e o maior declínio anual em 27 anos.
Fonte: Agência Estado