Mercado melhor deve levar a alta do minério da Vale em 2010

A Vale deve fechar este ano com vendas de minério de ferro em torno de 220 milhões de t, mas vai recuperar o patamar de 300 milhões de t em 2010, ano em que poderá voltar a aumentar preços, avaliou Pedro Galdi, da corretora SLW. Em 2008, a produção da Vale atingiu 293 milhões de t.

 

Segundo relatório divulgado pela SLW nesta terça-feira, em reunião com a Vale na semana passada a empresa passou bastante otimismo com a recuperação do mercado para seus produtos, principalmente o minério de ferro, principal produto da companhia e um dos mais afetados pela crise econômica devido à redução de atividade das siderúrgicas.

 

"Fazia tempo que a gente não via eles (diretores da Vale) otimistas, voltou a expressão de confiança", disse Galdi nesta terça-feira. Para Galdi, a recuperação de mercado será suficiente para a companhia pleitear aumento de preço para o minério de ferro em 2010, depois de ter amargado redução entre 28,2% e 44,5% com alguns dos seus clientes este ano.

 

"Existe um movimento das siderúrgicas de religarem os equipamentos que desligaram na crise, com isso a Vale volta a atingir a capacidade de 300 milhões de t no ano que vem e poderá aumentar preços", avaliou Galdi.

 

Segundo a Secretaria do Comércio Exterior, em setembro as exportações de minério subiram para 28 milhões de t, aumento de 21% sobre o volume realizado em agosto deste ano.

 

Com a recuperação dos mercados, a tendência é que a China perca o posto de maior compradora da Vale, previu Galdi. Nesta terça-feira, a Vale fechou acordo para venda de pelotas na Arábia Saudita, pelo prazo de 10 anos. O volume é pequeno mas segundo Galdi indica o início da volta de algumas usinas.

 

"Com a volta dos outros clientes a China deve cair para 48%/50% das vendas da Vale", disse o analista. No primeiro semestre, o país asiático representou mais de 60% das vendas.

 

No relatório da corretora, Galdi afirmou que a Vale se mostrou mais otimista com o minério de ferro do que com outras atividades. "A empresa destacou a qualidade de seus ativos, principalmente Carajás, detendo atualmente reservas provadas de 14,3 bilhões de t de minério de ferro", destacou.

 

O níquel também deu sinais de recuperação com consequente aumento de preços, com os principais consumidores deste metal – produtores de aço inoxidável – retomando gradativamente a produção, observou o relatório da SLW.

Fonte: Reuters News

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