INB aumenta capacidade de enriquecimento de Urânio

A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) protocolou um pedido para a expansão da capacidade instalada para enriquecer urânio, etapa que contará com a implantação de 12 módulos adicionais, cada um com três cascatas ultracentrífugas.

A empresa, no entanto, ainda é insuficiente na produção de urânio. Em julho, a INB entregou à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) o Relatório Preliminar de Análise de Segurança (RPAS) com o objetivo de obter a Licença de Construção para a 2ª Fase de implantação da Usina de Enriquecimento.

Para atender a necessidade das duas usinas nucleares em operação no Brasil, Angra 1 e 2, a INB precisa de 400 toneladas de urânio. "Hoje, a INB não consegue produzir esta quantidade. É preciso comprar no exterior", (NMB). A INB espera passar a ser suficiente na produção de urânio nos próximos anos, com a retomada da produção de urânio em Caetité (BA) e com a conclusão do processo de licenciamento do seu novo empreendimento no município de Itataia, no Ceará, em parceria com a Galvani Mineração, no qual capacidade de produção de urânio será de 1.200 t/ano. "A nossa usina de enriquecimento de urânio, localizada em Resende (RJ), enriquece tanto o urânio que vem do exterior quanto o produzido no Brasil, em Caetité (BA), a única mina em operação hoje no país", diz a INB.

O processo de licenciamento nuclear de uma instalação é dividido em três fases junto ao órgão regulador CNEN: a Licença de Local concedida a partir da análise do Relatório de Local; a Licença de Construção concedida a partir da análise do RPAS; e a Autorização para Operação concedida a partir da análise do Relatório Final de Análise de Segurança (RFAS). No caso do enriquecimento, a INB já tem a Licença de Local tanto para a 1ª quanto para a 2ª etapa de implantação. Para a 1ª fase, existem ainda a Licença de Construção e a Autorização de Operação para 6 cascatas das 10 previstas. Antes o enfoque era predominantemente estratégico, agora estamos, também, considerando o lado comercial/econômico.

A implantação da Uceu [Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio] dará uma rentabilidade muito grande para a INB. O investimento inicial é alto, mas o custo operacional é baixo", declara Ezio Ribeiro, superintendente de Enriquecimento Isotópico da INB. Com a Uceu, a unidade de Resende passará a ter três instalações no mesmo sítio. "Todos os recursos investidos, desde o início deste empreendimento, são provenientes do Tesouro Nacional", diz o diretor Técnico de Enriquecimento Isotópico, Álvaro Alves Pinto. "

A implantação da usina de enriquecimento, na FCN, é um investimento do Governo Federal na criação de uma capacitação nesta empresa, a partir de uma decisão Presidencial. Cabe ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), desenvolvedor da tecnologia de enriquecimento isotópico de urânio por ultracentrifugação, fornecer à INB as ultracentrífugas, as cascatas e os sistemas supervisórios, além de apoiar-nos com uma imprescindível assistência técnica", afirma. O RPAS foi desenvolvido com os recursos humanos da INB. Foram cinco anos de elaboração do documento e 25 pessoas diretamente envolvidas no processo. A previsão é receber a licença de construção até 2020, antes da conclusão da primeira fase de implantação. O próximo passo no licenciamento da segunda fase é a entrega do Termo de Referência ao Ibama, o que deverá ocorrer até novembro deste ano, com vistas à obtenção da Licença de Instalação, equivalente à Licença de Construção da CNEN, só que no âmbito ambiental.

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