Grupo canadense gasta R$ 555 MI para produzir Superaço na Bahia

Um metal fundamental na produção de foguetes, armas e navios levou um grupo canadense a se instalar no interior baiano. Na quinta-feira (21), após passar por China, Rússia, Austrália e África do Sul, a Largo Resources lançará a pedra fundamental de uma fábrica em Maracás, a cerca de 360 km de Salvador.

Com início de operação marcado para 9 de novembro, a Vanádio Maracás será a primeira mina de vanádio das Américas. E, segundo a empresa, com o maior teor do metal e o menor custo de produção do mundo.

O investimento chegará a R$ 555 milhões, parte via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e outra, graças a acionistas do grupo. Os bancos Itaú, Bradesco e Votorantim também apoiam o projeto.

"Já estamos com a construção muito avançada e agora iniciamos o momento mais nobre da obra, que é a montagem da unidade de processamento", afirma à Folha o diretor executivo da subsidiária brasileira, Kurt Menchen.

Gaúcho que mora há 37 anos na Bahia, ele diz que atualmente existem 950 pessoas trabalhando na planta –no pico, serão 1.200 entre operários e engenheiros. Depois, o número cairá para 600, no começo da operação, até os 400 "fixos" da fábrica.

A mão de obra, por ora, é local. "Maracás tem demonstrado até então capacidade para atender às nossas necessidades. Mas, a partir do segundo e terceiro anos, a gente pode trazer gente de fora ou contar com o retorno dos migrantes da região", estima.

O vanádio, de acordo com Menchen, é usado em ligas para a produção de aços de alta tecnologia e vem se tornando cada vez mais comum.

Ele aponta para os mercados aeroespacial, aeronáutico, de elevadores, prédios e tubulações "superpotentes", além da indústria bélica. As áreas de química e medicina o utilizam em menor escala.

"Onde você quer um aço de altíssima resistência e, ao mesmo tempo, que reduza a massa, vai ver vanádio na liga", diz o CEO da Maracás.

A empresa acredita que terá retorno em dois anos extraindo cerca de 13 quilos de vanádio para cada tonelada de rocha explorada. Ao todo, a jazida produzirá em torno de 5.100 toneladas/ano. O produto pode ser vendido a US$ 34 (R$ 67) o quilo.

No país, a Largo ainda tem projetos em Currais Novos (RN) e Campo Alegre de Lourdes (BA). Porém, a prioridade é a expansão até 2016 da unidade de Maracás.

Fonte: Folha de São Paulo 

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