Geólogos seguem ‘pegadas’ para encontrar depósitos de zinco
Geólogos encontraram evidências de ‘pegadas’ minerais que podem dar pistas sobre a localização de novos depósitos de zinco com alto teor que estão abaixo de depósitos conhecidos na promissora Bacia McArthur, no Território Norte da Austrália.
Pesquisadores da CSIRO, agência nacional de ciência da Austrália, estudaram testemunhos retirados da área e descobriram que a geologia no entorno da mina de zinco McArthur River se replica em formação abaixo da mina.
Isso é evidência de que processos geológicos similares àqueles que criaram os depósitos da mina McArthur River também aconteceram centenas de milhões de anos antes. Logo, as rochas exploradas na mina de zinco se formaram depois desse novo depósito.
Agora, a empresa júnior, Armour Energy, que colaborou com o estudo, vai ampliar o seu programa de exploração para confirmar o achado.
Apesar da queda generalizada no preço das commodities, as falhas na oferta de zinco mostram que a demanda pelo metal continua forte. Novas descobertas de zinco serão necessárias para preencher essas lacunas.
‘Estamos focando nossos esforços de pesquisa em áreas pouco exploradas em busca da próxima onda de descobertas’, disse Sam Spinks, autor principal do trabalho ‘Evidence for SEDEX-style mineralization in the 1.7 Ga Tawallah Group, McArthur Basin, Australia’, publicado no Ore Geology Reviews, junto com Susanne Schmid, Anais Pagés e Josh Bluett.
‘Usamos o estado de arte das técnicas de raios-X nas instalações de Caracterização Avançada de Recursos para melhor entender a mineralogia da rocha e então combinar essa informação com modelos geoquímicos para mostrar como elas se formaram. Não achamos um depósito ainda, mas as altas concentrações de zinco e os halos de metal nessas rochas são o que geólogos chamam de ‘pegadas distais’ para mineralização potencial de metal’, declara Spinks.
Estudar os processos que levaram à formação de depósitos é essencial para a exploração mineral do tipo greenfield, em uma área totalmente inexplorada. ‘Esse trabalho vai conduzir a novos alvos de exploração e ajudar companhias a economizar e reduzir impactos ambientais’, afirma Spinks, em nota divulgada pela CSIRO.
A Austrália foi um importante produtor de zinco por mais de 130 anos, mas, depois de tanto tempo de mineração, a produção está diminuindo. Uma das autoras do trabalho, Susanne Schmid, diz que o zinco é necessário para diversos produtos e processos como aço galvanizado.
‘A previsão é que o consumo aumente, contudo não há projeto de novas minas para preencher esse hiato. É crítico para nós estar ativos nas áreas em que os prospectores operam porque eles dependem de pesquisa para estabelecer os vetores dos alvos nas campanhas de sondagem’, diz Susanne.