Estrangeiros investem pesado em mineração na Bahia

A Líder nacional em licitações de área para exploração mineral, a Bahia abriga hoje oito megaprojetos na área, totalizando investimentos de R$ 11,6 bilhões. Com isso, a perspectiva é de que, até 2014, o estado pule do 5º para o 3º  polo nacional de produção mineral bruta, de acordo com o diretor técnico da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Rafael Avena Neto.

O avanço da mineração baiana é alimentado por dois fatores principais: a grande presença de formações geológicas propícias a ocorrência de minerais valorizados no mercado internacional, e à crescente presença de investimentos estrangeiros.

No próximo dia 15, por exemplo, a Yamana Gold lança a pedra fundamental da mina em Santa Luz. “Quando chegar a fase de produção, somente de impostos, a arrecadação do município de Santaluz pode atingir R$ 2 milhões/mês, maior do que a receita bruta que o municipio tem hoje”, afirmou à Tribuna o gerente de projetos Marcos Moraes da Silva, durante visita aos 450 hectares onde será implantada a mina. 

O grupo canadense já está presente na Bahia por meio da Jacobina Mineração e da extração em Ourolândia. A produção de Santa Luz deve ser iniciada em dezembro. O ouro é responsável por 65% da pauta de exportações do setor mineral baiano. O investimento da Yamana é de R$ 323,3 milhões, com previsão de produção de 243,3 quilos mensais.

“A Produção Mineral Baiana Comercializada (PMBC) apresentou um desempenho recorde de RS 1,7 bilhão em 2010, evoluindo constantemente desde 2007, quando cravou R$ 850 milhões”,afirmou Rafael Avena Neto.  “Para 2012/2013 a previsão é bastante otimista, com a entrada em produção do vanádio de Maracás, do ouro de Santa Luz e do ferro de Caetité, além da previsão da Mirabela  dobrar a produção do níquel de Itagiba”, acrescentou.
A Bahia conta atualmente com mais de 350 empresas na área mineral, segundo Balanço da Secretaria de Comunicação do Estado. Já é hoje o maior produtor nacional de urânio, cromo, salgema, magnesita, talco e barita e o segundo em cobre, grafita e prata, é terceiro em ouro, rochas ornamentais e gás natural. 
Entre 2007 e 2010, recebeu um grande investimento estrangeiro, da australiana Mirabela, inaugurada em janeiro de 2010. Foram aplicados R$ 765 milhões em uma unidade no município de Itagibá, com o propósito de produzir 150 mil toneladas/ano. É a maior mina do país e a terceira do mundo a céu aberto em níquel.  Gera 2 mil empregos.
Tendência de alta no preço atrai interesse
No plano nacional, a alta dos preços de minérios em 200% num intervalo de cinco anos atraiu os olhares estrangeiros. São cinco grandes projetos financiados por empresas do exterior em implantação até 2016, totalizando investimentos de US$ 7,3 bilhões, igualmente focando ferro e ouro, mas também o potássio, usado na fabricação de fertilizantes. A produção deste minério é concentrada em Sergipe e não atinge 10% do consumo nacional. 
“É importante registrar que nesse novo ciclo de demandas pelos metais destaca-se a performance do Brasil no comércio exterior de minério de ferro, cujas exportações totalizaram US$28 bilhões, em 2010”, acrescenta o dirigente baiano. A China ocupou o primeiro lugar na lista de compradores dessa commodity (43%), sendo seguido pelo Japão (12%), Alemanha (7%) e Coréia do Sul (4%).
O governo da presidente Dilma Rousseff busca elevar a produção de potássio de duas formas: fazendo gestões junto a Vale e a Petrobras para elevar a produção sergipana e formatando uma parceria entre ambas numa mina em Nova Olinda do Norte, no estado do Amazonas, considerada uma das três maiores do mundo.
Principais commodities
Nos projetos em andamento, destacam-se ainda os canadenses Largo Mineração, responsável pela Vanádio Maracás, e a ENRC, empresa cazaque que no ano passado adquiriu a Bamin, responsável por um projeto de exploração de ferro em Caetité, com capacidade instalada de 19,5 milhões de toneladas ano, com perspectiva de crescimento.
O grupo Largo investiu US$ 110 milhões na Bahia e deverá criar 6 mil empregos, entre diretos e indiretos. Sul Americana Metais, Ferrous Resources, Rio Tinto Alcan e Paili Bahia Mineração também investem em projetos minerais sediados na Bahia. Somados, os investimentos novos garantem mais 5,4 mil empregos.
As cinco principais commodities extraídas na Bahia – cobre, ouro, níquel, cromo e magnesita – são responsáveis por mais de 75% da PMBC. Em 2010, os principais destaques foram níquel, em razão da operação da Mirabela, e brita, conseqüência da fase de alta na construção civil.
De 2007 para cá, a CBPM licitou 39 grupos de área para a produção mineral. Somente em 2011, já foram cinco licitações. “Acreditamos que teremos um número bem perto de 2008, quando foram licitadas cerca de 15 oportunidades minerais”, avalia o diretor.
Em fevereiro, a empresa Itaoeste, do empresário Olacyr de Morais, identificou uma mina de tálio em Barreiras, no oeste. Este mineral é raro,  encontrado atualmente apenas em países asiáticos (China e Cazaquistão).

Fonte: Tribuna da Bahia

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