Demanda cai, oferta cresce e era do ferro chega ao fim

O ferro é um dos elementos mais abundantes na Terra, mas extraí-lo do solo de forma eficiente pode ser uma árdua tarefa. Serpenteando pelas baixas montanhas esverdeadas do sul do Brasil há um mineroduto de 530 quilômetros, uma conexão decisiva do projeto Minas-Rio, de US$ 8,2 bilhões, da Anglo American, para extrair minério de ferro do interior do país e transportá-lo a um novo porto no Oceano Atlântico. Com custo final bem acima do orçamento original, de US$ 3,6 bilhões, e com dois anos de atraso, o Minas-Rio enfim está próximo de começar a transportar minério para os navios.

Por anos, projetos de mineração gigantescos como esse consistiram na espinha dorsal da expansão econômica mundial. O minério de ferro, commodity mais importante do mundo depois do petróleo, vinha sendo devorado pelas siderúrgicas chinesas, consolidando-se como a principal matéria-prima da onda de crescimento mundial puxada por obras de infraestrutura.

O Minas-Rio, no entanto, está para entregar suas primeiras remessas em um mundo bem menos acolhedor. O preço do minério de ferro despencou mais de 40% no ano, o pior desempenho entre os metais e as commodities a granel em 2014. De um preço médio de US$ 135 por tonelada em 2013, o contrato referencial do minério de ferro na semana retrasada caiu para menos de US$ 80 pela primeira vez desde a crise financeira mundial.

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(Tradução de Sabino Ahumada).

Fonte: Valor Econômico/James Wilson e Neil Hume | Financial Times – 06/10/2014

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