CBPM fará pelo menos duas licitações em 2017

Hari Brust, diretor presidente da CBPM, e Rafael Avena, diretor Técnico
Hari Brust, diretor presidente da CBPM, e Rafael Avena, diretor Técnico

Em entrevista ao Conexão Mineral o diretor presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Hari Alexandre Brust, e o diretor técnico, Rafael Avena, apresentam as principais iniciativas do órgão e as perspectivas para a mineração esse ano. Ainda em 2017, deverão ser licitados os projetos Jurema Leste e Caboclo dos Mangueiros. Além disso, as últimas licitações realizadas pela CBPM devem gerar investimentos na Bahia: areia silicosa da Vitro e da Portsmouth e nefelina sienito da B4F.

CM – Quais são os principais projetos da CBPM em 2017?

Rafael Avena – A CBPM deverá enfrentar em 2017 o mesmo desafio de 2016, o de trabalhar com um orçamento de investimento reduzido e ficar submetida à crise por que passa a mineração mundial. Pretendemos, portanto, maximizar os trabalhos, reduzir os custos, inclusive das áreas requeridas, atuando prioritariamente naquelas que apresentem indícios potencialmente promissores do ponto de vista metalogenético, passando em seguida a dar ênfase na atração de investimentos.
Assim sendo, dar-se-á continuidade ao Progeo – Programa de Estudos Geológicos e ao Proadim – Programa de Análise e Investigação de Ambientes Geológicos, cujas ações visam o conhecimento geológico. Além disso a empresa vai iniciar um projeto inédito, denominado de Minerais Portadores de Futuro, visando à integração de dados em ambientes propícios a conterem minerais estratégicos e portadores de futuro, uma denominação atual para um grupo de substâncias consideradas como essenciais para o desenvolvimento das cadeias produtivas de alto valor agregado, como terras raras (etrs), fosfato, potássio, grafite (para grafeno), cobalto, tântalo, tálio e lítio, entre outros.
Dois outros programas importantes no âmbito da prospecção em direitos minerários da CBPM, serão executados: o Prevap – Programa Estratégico de Valorização de áreas de Pesquisa da CBPM e o Prospem – Programa Sistemático de Pesquisa Mineral , dentro das expectativas para 2017-2018, substâncias minerais como o zinco, fosfato, calcário, ouro, quartzo, feldspato, níquel e o próprio ferro, além do cobre e do titânio, poderão ampliar a atual participação da CBPM no cenário mineral baiano e para tanto se pretende dar ampla divulgação dessas oportunidades minerais, com a participação em pelo menos dois importantes eventos previstos para este ano, o PDAC,( Toronto/Canadá) e Exposibram (Belo Horizonte Minas Gerais.
Para 2017 a projeção de receita de royalties (recursos próprios da CBPM) aponta para uma evolução otimista, levando-se em conta, principalmente, a evolução do Vanádio de Maracás, e ao retorno das atividades da Mirabela e da produção de ouro em Santaluz, pela Yamana.

CM – A CBPM fará alguma licitação de área mineral em 2017? Poderia dar detalhes desses projetos e prazos, se for o caso?

Hari Brust – Devido à crise no setor mineral, em 2016 a CBPM assinou apenas um contrato de pesquisa complementar e promessa de arrendamento com a Fibra Participações e Empreendimentos Ltda., empresa com sede em Muquém de São Francisco, na Bahia, visando a pesquisa de barita em Contendas do Sincorá. O investimento total previsto é de R$ 5 milhões, com geração de 30 empregos diretos e início de produção para 2018. A estimativa de produção é de 20.000 t/ano de barita beneficiada. Para 2017 temos boas perspectivas de novos investimentos. Deveremos fazer duas licitações, para dois importantes prospectos (Jurema Leste e Cabloco dos Mangueiros), além das possíveis novas descobertas advindas do programa de sondagem. E esperamos que os três empreendimentos, recentemente viabilizados pela CBPM, possam entrar em produção ainda esse ano. A da areia silicosa, da Vitro e da Portsmouth Participações/Mineração Jundu, e o da nefelina sienito de Itarantim, da B4F, bem como as minas de ouro, arrendada a BioGold/Yamana, a de fosfato primário, arrendada a Galvani/Yara e a de cobre, arrendada à Pedreira Petrolina, possam, também, entrar em produção até o final de 2017.

CM – Quais foram os mais recentes contratos firmados pela CBPM?

Rafael Avena – Recentemente celebramos três importantes contratos de arrendamento de jazidas de titularidade da CBPM. O primeiro com a Vitro do Brasil Indústria e Comércio Ltda., que irá lavrar sílica de alta pureza, em Belmonte, para fabricação de embalagens de vidro para cosméticos e perfumaria, com um projeto de ampliação previsto, em análise, para a produção e fornecimento de vidros destinados à indústria automobilística. Um outro, nessa mesma área de areia, com a Mineração Jundu, do Grupo Francês (Portsmouth Participações/Saint-Gobain) para fornecimento de matéria prima para diversos segmentos ligados à vidros especiais, inclusive para placas fotovoltaicas e o terceiro para a lavra e beneficiamento dos depósitos rochosos da nefelina-sienito, em Itarantim, pela empresa B4F Holdings Ind. e Com. Ltda., visando à obtenção da nefelina, mineral usado como matéria prima nas indústrias cerâmicas de revestimento e de vidros.

Para ler na íntegra clique aqui

Fique por dentro das novidades