Carajás guarda outras riquezas
A maior mina de ferro do Mundo lado a lado a uma floresta nacional
A exploração e a natureza convivem juntas, aves raras e savanas amazônicas são exemplo de superação. O destino da equipe desta vez é a Floresta Nacional de Carajás, no estado do Pará, a 750 quilômetros da capital, Belém.
Pelo caminho,a estrada PA-150, que virou manchete nos anos noventa. Dezessete de abril de 1996, os manifestantes bloquearam a rodovia em Eldorado dos Carajás. Às quatro horas da tarde chegaram os policiais. Começaram o tiroteio. Hoje, troncos de castanheira representam as 19 pessoas que morreram no local.
No mesmo rumo sul, a região tem outro ponto que já foi notícia. Do asfalto a uma estradinha de cascalho. Hoje é deserta, mas era a mais movimentada do sul do Pará. Foi revirada pelos garimpeiros.
No local uma montanha recortada por degraus, onde funcionou o que ficou conhecido como o maior formigueiro humano da história recente do Brasil. É a famosa Serra Pelada.
Em 1983, o formigueiro fervia, milhares de pessoas se entregam ao esforço da escavação do absurdo: um único e imenso buraco de esperança, o maior garimpo a céu aberto do mundo.
No auge, eram 80 mil garimpeiros. Calcula-se que pelo menos 30 toneladas de ouro foram retiradas de forma rudimentar, em sacos carregados nas costas. A desocupação começou em 1992, mas a área voltou a ser invadida repetidas vezes.
Hoje, a lagoa silenciosa esconde quase duzentos metros de ilusões submersas. As ruas são o retrato da decadência: carros velhos e moradores desconfiados permanecem como personagens do faroeste brasileiro que a maioria prefere esquecer.