Baixa cotação do minério de ferro não deve impedir projetos na bahia
O secretário da Casa Civil do Estado da Bahia, Bruno Dauster, reiterou dia a viabilidade e a continuidade do projeto de minério de ferro da Bahia Mineração (Bamin). O projeto é a âncora dos dois principais empreendimentos de infraestrutura no Estado: o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol).
Dauster fez declarações em resposta a uma coluna do website Bahia Econômica. Segundo este portal, a queda do preço do minério de ferro e dificuldades financeiras impediriam a Bamin de construir o terminal de granéis sólidos do Porto Sul, bem como os efeitos disso sobre a Ferrovia Oeste Leste.
Dauster afirmou que os preços do minério de ferro oscilam historicamente e não se fixam nos seus valores mais baixos. Segundo ele, a longo prazo, a tendência é o retorno a preços que rentabilizam o minério de ferro com custos de extração superiores aos da Bamin. Segundo o portal, o projeto da Bamin levou em conta preços entre US$ 80 e US$ 100 por tonelada de minério. Hoje, o preço de referência para minério com 62% Fe fechou em pouco mais de US$ 70.
Nesse sentido, a Bamin mantém o interesse de instalação de seu terminal junto ao Porto Sul para exploração da mina de Caetité. O Estado não trabalha com a hipótese de inviabilização do terminal portuário da Bamin. Tanto a empresa quanto o governo estadual têm cumprido todos os seus compromissos e estudos para dar viabilidade ao Porto Sul, disse o secretário.
Em relação as dificuldades que a empresa teria para construir o porto e a possibilidade de utilização do Porto de Aratu, o secretário explica que Aratu não conseguiria atender as necessidades da empresa para exportação.
Segundo ele, a logística para exportar pelo Porto de Aratu não atende os grandes volumes, necessários para suprir a demanda da Bamin. Trazer o ferro pela Ferrovia Centro Atlântica, da VLI, para o Porto de Aratu seria oneroso, que se refletiria nos custos operacionais, segundo afirma Dauster.
Por outro lado, o investimento previsto para a implantação do Porto Sul é uma parcela pequena no conjunto de operação da Bamin, disse o secretário. A Bamin informa, no entanto, que a construção do Porto Sul custará US$ 1,1 bilhão, quase o mesmo custo da implantação da empresa da ordem de US$ 1,5 bilhão.
Por fim, o secretário da Casa Civil reiterou que o Porto Sul vai ser o local de escoamento de minério do Oeste da Bahia. Na região, há também os projetos de minério de ferro da Santa Fe Mining.
A produção de ferro da Bamin e de outras mineradoras será feita pelo Porto Sul. Outros vetores de escoamento dos granéis agrícolas agregam movimentação no terminal do Porto Sul, bem como de outras cargas em geral, afirmou o secretário ao portal Bahia Econômica.
O grupo cazaque ENRC, proprietário da Bamin, deixou a bolsa de valores em 2014 e mudou o nome para ERG, devido a acusações de corrupção e sonegação. O grupo passa por dificuldades financeiras.
O empreendimento visa a produção de 20 milhões de toneladas de minério com pelo menos 66% Fe por ano na mina Pau de Ferro. Em 2011, uma auditoria independente mostrou que o projeto conta com reservas provadas e prováveis de 454 milhões de toneladas, com teor médio de 42,9% de ferro.
Fonte: Notícias de Mineração