Bahia mira indústria solar
A Bahia vai liderar nos próximos anos os investimentos na geração de energia fotovoltaica. No entanto, pode ir ainda mais além: com grandes reservas de areia silicosa e quartzo com baixo teor de impurezas – consideradas as melhores jazidas do mundo -, o Estado reúne hoje as condições ideais para a atração de indústrias de componentes para o setor, como células solares, vidros extra clear e painéis fotovoltaicos.
Neste sentido, a MMC Consultoria & Engenharia elaborou um projeto de desenvolvimento da cadeia da sílica por meio da implantação de dois polos industriais. ‘Temos uma matéria-prima de alta qualidade e é preciso agregar ainda mais valor a isso. A proposta é desenvolver polos em Belmonte e Ilhéus, atraindo assim empresas dos mais diferentes segmentos’, diz o engenheiro Eduardo Aragon.
Ele conta que o projeto prevê o aproveitamento da jazida de Santa Maria Eterna, em Belmonte. ‘Trata-se de depósitos arenosos de alta pureza, com uma areia muito fina e clara, com teores de 99,84% de sílica, cuja qualidade in natura é excelente para a indústria química, cerâmica e, principalmente, de vidros com transparência total’. Ele diz que o projeto, que conta com apoio institucional do governo, pode gerar 1,5 mil empregos.
Reservas em Santa Maria Eterna
As reservas em Santa Maria Eterna são estimadas em 200 milhões de toneladas. Eduardo Aragon diz que a ideia é processar a sílica em Belmonte. ‘O processamento é simples e de baixo investimento. Retira-se a sílica da jazida e, através de peneiramento, lavagem, atrição, secagem e classificação se alcança o produto desejado de 99,84% para 99,995%’, assinala. Este material então pode ser utilizado pelas indústrias de vidros planos transparentes, fibra óptica, borracha, tintas, cerâmica, argamassas, lentes especiais, dentre outras.
ILHÉUS – Em Ilhéus seria implantado outro polo, voltado para a produção de painéis fotovoltaicos. Neste caso, além da utilização do polo de Belmonte, seriam utilizadas as jazidas de quartzo de Macaúbas de ótima qualidade e de baixo teor de contaminantes. Através de um processo metalúrgico e químico, a sílica do quartzo seria transformada em silício puro ou de grau solar, empregado na produção de células fotovoltaicas utilizadas para conversão da energia solar em energia elétrica.