Bahia de todos os minérios
Investimentos de R$ 11,7 bilhões em abertura de novas minas e ampliação de projetos já existentes fazem o Estado se destacar no cenário da mineração brasileira
A Bahia hoje é o lugar mais procurado no Brasil por grandes mineradoras. Além do trio elétrico e do acarajé, da Ivete Sangalo e de suas belas praias, o Estado tem ferro, níquel, ouro, bauxita e cerca de 40 outros minerais. É o maior produtor nacional de urânio, cromo, salgema, magnesita, talco e barita; ocupa o segundo lugar na produção de cobre, grafita e prata; e é o terceiro em ouro, rochas ornamentais e gás natural.
Até o tálio foi encontrado em território baiano – um metal raríssimo, estratégico, de alto valor (US$ 6/grama) e explorado em apenas dois países: China e Cazaquistão. A reserva foi descoberta pela Itaoeste no povoado de Val da Boa Esperança, no município de Barreiras, e já é considerada a terceira maior jazida de tálio do mundo. Segundo a empresa, a quantidade descoberta na Bahia pode suprir todo o consumo mundial, estimado em 10 t anuais, pelo período de seis anos.
Este, no entanto, é apenas um entre dezenas de outros projetos em andamento que podem elevar a Bahia da quinta para a terceira posição entre os produtores de bens minerais no País, atrás apenas de Minas Gerais e do Pará. James Correia, secretário estadual de Indústria, Comércio e Mineração (SICM), acredita que, em uma década, o Estado alcance esse posto: "No cenário nacional, a grande novidade na mineração é a Bahia."
Atualmente, o Estado conta com 340 empresas que atuam na mineração. E até 2014 estão previstos investimentos de R$ 11,7 bilhões em abertura de novas minas e ampliação de operações já existentes. Esse valor, no entanto, pode aumentar ainda mais com novos projetos em fase de estudos de viabilidade. Entre 2007 e 2010, o número de pedidos para pesquisa mineral na Bahia somou 14 mil, ultrapassando Minas Gerais, com 13 mil. Nesse mesmo período, a Produção Mineral Baiana Comercializada (PMBC) passou de R$ 850 milhões para R$ 1,7 bilhão por ano. De acordo com Rafael Avena Neto, diretor técnico da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), esse "é o melhor momento da história da mineração no Estado".