Alvo da Mirabela é 18 mil toneladas de níquel em 2015
Os resultados da revisão da estratégia para a mina de níquel Santa Rita, da Mirabela Mineração do Brasil, subsidiaria da australiana Mirabela Nickel, começam a surtir efeito. No último trimestre do ano passado, o custo operacional caiu 47%. Agora, a companhia centraliza esforços para concluir o plano de negócios de 2015 que visa um custo ainda mais competitivo.
O plano de negócios vai se dedicar à otimização da estrutura da companhia para que se alcance menores custos de produção na mina. Para isso, as ações visam obter efeito sobre o fluxo de caixa no curto prazo, dado a volatilidade do preço do níquel no mercado global.
Parte da redução de custos virá do novo sequenciamento e geometria da mina. A geometria da cava foi modificada para trabalhar em bancos de 10 metros com o minério a ser extraído em cortes de 5 metros. No curto prazo, a mineração vai centrar-se na cava norte, onde a espessura do minério é maior, proporcionando alimentação durante seis meses com 0,5% de níquel.
As diretrizes para o plano de 2015 incluem a produção de 16,5 mil a 18 mil toneladas de níquel em concentrado ao custo unitário de US$ 4,5 a US$ 5 a libra. A mina vai produzir 70 mil toneladas por dia de ROM e 20 mil toneladas serão processadas diariamente. Isso vai resultar no movimento total de 25,8 milhões de toneladas, e uma relação estéril-minério da ordem de 2,5 para 1.
A revisão de recursos resultou na redução da vida útil da mina de 19 para 14 anos, devido à suposição de que o material de qualidade inferior não será lavrado.
Em janeiro, a força de trabalho da companhia foi reduzida em 10%, assim como a frota de veículos leves. Outras medidas de redução de custos incluem a manutenção de caminhões e a melhoria dos controles internos de custos de viagem, consultoria e consumo de diesel.
No que diz respeito ao processo, o britador primário alcançou a capacidade projetada de 1.300 a 1.500 toneladas por hora, graças à remoção de dispositivos de segurança redundantes.
A Mirabela registrou um aumento de 41% na produção de níquel no trimestre encerrado em dezembro de 3714 toneladas, de acordo com relatório trimestral apresentado em janeiro. O custo operacional caiu 47%, para de US$ 9,02 para US$ 4,82 por libra-peso. A produção de janeiro foi 1.268 toneladas, alinhada com o volume planejado de 1.267 toneladas.
As despesas de capital para 2015 devem ficar entre US$ 28,8 milhões e US$ 34,8 milhões. Os itens principais de investimento são a reforma de equipamentos móveis, elevação da barragem de rejeitos, sistema de filtragem da barragem e investimentos correntes. A companhia terminou 2014 com US$ 17,5 milhões em caixa.
A Mirabela tem acordos de venda antecipada para 80% da produção e quer aumentar o percentual para 95%. Além de dar continuidade ao processo de arbitragem contra a Votorantim, a Mirabela contesta a notificação da Norilsk Nickel, com quem tinha um acordo de fornecimento. Na visão da Mirabela o contrato deveria expirar somente quando a empresa fornecesse 66.500 toneladas de concentrado e não em 31 de dezembro. Apenas 23,729 toneladas foram entregues até o momento.
No segundo semestre de 2014, a revisão estratégica feita pela Mirabela foi centrada no modelo de recursos minerais, plano de mina, novas estratégias de teor de corte e de estocagem, uma revisão dos fatores associados à recuperação metalúrgica, modificação das condições de operação do britador primário, gestão de barragem de rejeitos e de deposição, melhoria dos procedimentos de controle de processos e na revisão da estrutura de custos e de pessoal.
Um dos efeitos do anúncio foi uma rápida recuperação no valor das ações. Os títulos da Mirabela Nickel negociados na Austrália quase dobraram na segunda-feira (16) depois que a empresa ressurgiu com um novo plano de negócios após uma suspensão de dois meses. As ações, que tiveram sua negociação suspensa voluntariamente no dia 19 de dezembro, foram de 3 centavos de dólar australiano para 5,4 centavos.
Fonte: Notícias de Mineração