Acordos da Vale com China acirram concorrência entre Brasil e Austrália

O investimento bilionário da China no setor de minério de ferro do Brasil deixou os australianos em alerta. A Vale conseguiu linhas de crédito de até US$ 16 bilhões para financiar as expansões de suas minas e o transporte do minério. Analistas dizem que isso põe em risco a hegemonia australiana nesse mercado.

Segundo especialistas, em breve, a mineradora brasileira vai tomar mercado das rivais Rio Tinto e BHP Billiton. Isso aumentando a concorrência entre Brasil e Austrália no quesito de maior país produtor do mundo. Os chineses também fecharam acordos para adquirir navios Valemax, que tem maior capacidade e reduzem os custos de transporte da mineradora em torno de 25%.

“A China forneceu uma linha de crédito rotativo de mais ou menos US$ 4 bilhões. Além disso, os chineses vão assumir uma posição patrimonial em alguns dos navios Valemax. É um acordo muito significativo, porque sustentaria o aumento de produção da Vale”, afirmou Jose Blanco, presidente do Australian Latin America Business Council.
A previsão da Vale é aumentar a produção dos níveis de 330 milhões de toneladas para 450 milhões de toneladas de minério de ferro em 2018, volume superior à quantidade produzida por BHP e Rio Tinto juntas, que são as duas principais produtoras depois da mineradora brasileira.

Os investimentos da China no Brasil aumentaram a polêmica na Austrália acerca da declaração de Andrew Forrest, principal acionista da Fortescue Metals Group, quarta maior produtora de minério de ferro do mundo, sobre uma investigação no mercado australiano.

“Pessoalmente, eu não vejo valor em uma investigação. Os investimentos chineses reafirmam o fato de que a Austrália enfrenta uma concorrência considerável da América Latina e, em geral, em outros minerais. Quem vai perder com esse mega-acordo serão os players menores que tem um custo de produção mais alto. BHP e Rio Tinto ainda tem custo abaixo de US$ 40 a tonelada, o que as torna competitivas”, disse Blanco.

Segundo o especialista, as mineradoras australianas precisam ver a América Latina como uma oportunidade e não como uma ameaça. Nos últimos dez anos, a região recebeu 25% dos investimentos globais em exploração de metais não ferrosos.“Nós corremos o risco de perder oportunidades significativas. Para algumas empresas, a América Latina promete mais do que a Ásia”. As informações são do Australian Broadcast Corporation News.

Fonte: Notícias de Mineração Brasil

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