CBPM afasta risco de falência da Mirabela

O diretor-presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Hari Alexandre Brust, afasta a hipótese falência da Mirabela Mineração, dona da mina de níquel Santa Rita, em Itagibá (BA). Em entrevista exclusiva ao Notícias de Mineração Brasil (NMB), Brust fala sobre a recente liquidação da Mirabela Nickel, controladora australiana da Mirabela Mineração, e dos impactos sobre a CBPM.

Em respostas enviadas por e-mail, o executivo explica o parcelamento da dívida da Mirabela com a CBPM. No dia 15 de junho, com o fracasso das tentativas de vender a mina de níquel da Bahia, os interventores da Mirabela Nickel, na Austrália, divulgaram um extenso comunicado em que falam da liquidação dessa empresa e da Mirabela Investments. As dívidas da empresa incluem, além de US$ 3 milhões para a CBPM, cerca de US$ 47 milhões com o banco Bradesco. Desde o dia 6 de junho, a Mirabela, no Brasil, não tem presidente, com a renúncia de Maryse Belanger.

Leia a entrevista na íntegra.

NMB: Quais medidas serão tomadas pela CBPM para recuperar esse valor [referente à dívida da Mirabela Mineração decorrente do contrato de arrendamento firmado com a CBPM]?

HAB: A CBPM tem conhecimento do momento difícil que atravessa a Mirabela Mineração, decorrente dos graves problemas financeiros. Por outro lado, a Mirabela reconhece a dívida que tem com a CBPM, referente aos royalties não pagos. Nesse sentido, num esforço para tentar quitá-la, após negociações, a Mirabela aceitou firmar acordo para adimplemento da dívida parceladamente.

NMB: O que a empresa pretende fazer com a área, caso o contrato com a Mirabela seja encerrado?

HAB: Com base nos entendimentos e acordos celebrados com a Mirabela Mineração até o momento, podemos afirmar que não há possibilidade do contrato com esta empresa ser rescindido.

NMB: A CBPM trabalha, de alguma forma, para tentar manter as operações da Mirabela?

HAB: Consoante esclarecido na resposta à primeira pergunta, a Mirabela firmou acordo para pagamento da dívida com a CBPM, cujas condições viabilizarão a manutenção de parte de suas atividades. Portanto, temos buscado os meios mais adequados ao nosso alcance, a fim de possibilitar o adimplemento da dívida pela Mirabela, sempre com o cuidado de causar o mínimo de risco possível à inviabilização de suas operações.

NMB: Quais são os detalhes desse contrato de arrendamento? A CBPM tem participação ou é sócia da Mirabela Mineração?

HAB: O referido contrato possui o prazo de 20 anos e estabelece que a Mirabela Mineração deverá pagar mensalmente à CBPM, em moeda corrente, royalties equivalente a 2,51% (dois vírgula cinquenta e um por cento) da receita bruta das vendas ou transferências de concentrados de níquel produzidos a partir do minério sulfetado.

NMB: Como uma possível falência [risco mencionado no último fato relevante da Mirabela Nickel] da Mirabela Mineração, qual será a estratégia da CBPM?

HAB: Entendemos que não existe risco de falência da Mirabela Mineração.

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