Excesso de chuva e queda dos preços das commodities minerais força Mineração Caraíba a pedir recuperação judicial
A Mineração Caraíba, uma das maiores produtoras de concentrado de cobre do Brasil, divulgou comunicado informando que protocolou um pedido de recuperação judicial na comarca de Jaguarari (BA), onde mantém suas operações, além de uma readequação no horário do expediente de trabalho.
A medida foi motivada principalmente pelo elevado volume de chuvas, em janeiro, na região de Pilar, local onde funciona a mina subterrânea principal fonte de minério para produção de concentrado de cobre.
Segundo o comunicado, o alagamento de cerca de 200 metros nas instalações deixou submersa aproximadamente 70% da frota de equipamentos de lavra, e consequentemente, a interrupção imediata das operações retomada posteriormente em menor escala.
A mineradora afirmou que as condições extremas praticamente não oferece outras alternativas à empresa, mas continua empenhada em buscar soluções para normalizar suas operações e finaliza a nota dizendo que fez uma readequação no expediente administrativo para reduzir custos.
Confira a íntegra do comunicado a seguir.
COMUNICADO
‘Desde os últimos meses de 2015, a Mineração Caraíba, a exemplo de todo o segmento de Mineração, tem sofrido os efeitos decorrentes da queda dos preços das commodities minerais, em particular do Cobre. Não obstante esse cenário desfavorável, com a adoção de medidas de redução de custos, renegociação de preços e condições de pagamentos de seus principais fornecedores e postergação de investimentos programados para o período, a Mineração Caraíba manteve suas obrigações em dia, junto a seus fornecedores e a bancos credores.
Infelizmente no último dia 22 de Janeiro, em função do elevado e anormal volume de chuvas na região de Pilar, a Mina Subterrânea, sua principal fonte de minério para produção de concentrado de cobre, sofreu o alagamento de cerca de 200 m de suas instalações, ao mesmo tempo em que aproximadamente 70% de sua frota de equipamentos de lavra ficou submerso. A consequência foi a interrupção imediata de suas operações, do seu fluxo de faturamento e consequentemente de suas receitas.
A partir do dia 01 de Fevereiro, após esforços para recuperação de parte da frota e drenagem de sua Mina a Céu aberto, a empresa reiniciou seu fluxo de produção e embarque de concentrado de cobre, porém em volumes equivalentes a 1/3 dos volumes normais de produção observados em meses anteriores e previstos originalmente para os meses de 2016.
Enquanto buscas alternativas para ajustar sua estrutura de custos a essa nova realidade, ao mesmo tempo em que dedica esforços na recuperação das operações de sua Mina Subterrânea, com o objetivo de preservar os recursos necessários para essas atividades, a empresa protocolou no último dia 03 de Fevereiro Pedido de Recuperação Judicial na Comarca de Jaguarari, que agora seguirá seus trâmites formais. Essa medida atinge também sua coligada NXGold S.A.
Com certeza essa medida ocorreu em condições extremas, onde no curto prazo praticamente não restavam opções a empresa. A Empresa continua empenhada em buscar soluções para normalizar suas operações no prazo mais curto possível, ao mesmo tempo em que busca desenvolver alternativas junto a seus acionistas, credores e fornecedores.
Estaremos posicionando a todos o desenvolvimento de nossas ações nos próximos meses, ao mesmo tempo em que nos colocamos a disposição para qualquer esclarecimento.
Informamos também que a partir do dia 10/02/2016 visando a redução de custos, o horário de expediente administrativo da Mineração Caraíba será restrito de segunda a quinta-feira das 07:00 as 13:00 horas, inclusive suprimentos, logística e almoxarifado’.
Mineração Caraíba S/A.