Cenário melhora para minério de ferro

No fim do ano passado, quando os preços do minério de ferro começaram a cair, o mercado se mostrou cada vez mais pessimista quanto às perspectivas para a commodity, especialmente por conta da perda de ritmo na economia chinesa e da entrada em operação de novos projetos das grandes mineradoras. Mas a matéria-prima se sustentou acima dos US$ 50 por tonelada nos últimos meses e as projeções já melhoraram.

A maior parte dos bancos acreditava que até o fim do ano o minério ficaria entre US$ 40 e US$ 45. Mesmo com a depressão nas bolsas chinesas e as apostas de que o Produto Interno Bruto (PIB) local vai crescer menos do que os 7% prometidos pelo governo em 2015 – e as commodities metálicas acompanharam esse movimento de venda -, o minério teve bom desempenho.

O fôlego já diminuiu, contudo. Na sexta-feira, a commodity com teor de 62% de ferro, negociada no porto chinês de Tianjin, terminou em US$ 50,90 a tonelada. A queda no acumulado de outubro é de 6,4%, mas desde o pior patamar neste ano, de US$ 44,10 em julho, a valorização ainda é de 15,4%.

“Sabemos que muitos agentes do mercado previam queda mais rápida do que foi observada, mas a verdade é que a produção siderúrgica chinesa permaneceu fortalecida e os estoques declinaram durante o ano, o que ajudou na sustentação”, comentou, em entrevista ao Valor, Wen Li, analista de mineração da CreditSights na China.

De janeiro a setembro, a China produziu 66,1 milhões de toneladas de aço bruto. Apesar de o volume representar queda de 3% em relação ao apresentado no mesmo período do ano passado, as empresas encontraram uma maneira de escapar da atividade mais lenta no país e salvar a performance do setor. O Credit Suisse lembra, em relatório, que as exportações chinesas invadiram o mercado global e já se tornaram a maior fonte de oferta do mundo fora do gigante asiático.

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