Ponto de equilíbrio das mineradoras de ferro está em US$ 30 a tonelada
O setor de minério de ferro vai atingir o ponto de equilíbrio se a produção continuar a subir e os preços caírem para abaixo de US$ 30 a tonelada, de acordo com a Bloomberg Intelligence (BI). Esse é o nível em que muitos dos maiores produtores do mundo chegariam, ou estariam perto, do break-even point e seriam forçados a fechar minas, disse o analista Kenneth Hoffman, da BI.
Vale, BHP Billiton e Rio Tinto, os maiores produtores de minério de ferro, estão aumentando a oferta em um esforço para reduzir os custos médio de produção. Dessa forma, o mercado sofre com um excesso de oferta que derrubou os preços da commodity em 50% nos últimos 12 meses. Segundo o banco Morgan Stanley, o mercado transoceânico de minério de ferro terá um excesso de 129,3 milhões de toneladas em 2017. Em 2015, a previsão é 55 milhões de toneladas de excesso.
“As mineradoras estão dizendo que vão aumentar a produção, assim como diminuir os custos unitários globais, fatores que vão forçar os preços significativamente para baixo até que atinjam o ponto de equilíbrio”, disse Hoffman em um relatório de sexta-feira (27). Segundo o analista da BI, a média padronizada de custos operacionais dos quatro maiores produtores em 2014 foi de US$ 38,52 a tonelada.
O minério de ferro com 62% Fe para entrega no porto de Qingdao, na China, no prazo de oito semanas na modalidade CFR chegou a US$ 53,14 sexta-feira (27), segundo o índice de preços do Metal Bulletin.
Tanto Rio Tinto quanto BHP defendem a estratégia de permanecer aumentando a produção, sob o argumento de que qualquer movimento para cortar volumes de minério de ferro faria com que os rivais aumentassem a oferta e ganhassem fatia de mercado.
Nesta semana, Andrew Forrest, principal acionista do Fortescue Metals Group, quarto maior produtor de minério de ferro do mundo, sugeriu que as majors reduzissem a produção para que os preços voltassem a subir, propondo uma espécie de cartel. O CEO da Rio Tinto, Sam Walsh, rejeitou a ideia, caracterizando-a como “uma tolice sem sentido”.
“Isso não vai nos ajudar no longo prazo a sustentar projetos que atualmente não são competitivos”, afirmou Walsh. As informações são da Bloomberg.