Mirabela recebe US$ 10 Mi para manter operação no Brasil

A Mirabela Nickel, dona da Mirabela Mineração, recebeu os US$ 10 milhões que restavam do financiamento de US$ 45 milhões usado para manter as operações no Brasil. Em comunicado ao mercado na quarta-feira (23/04), a empresa não informou se, com o dinheiro recebido, as férias coletivas para 350 empregados serão suspensas. Na semana passada, a empresa afirmou que eles sairão de férias coletivas no dia 30 de abril e só voltarão no dia 19 de maio.
De acordo com a Mirabela, os credores concordaram em liberar os últimos US$ 10 milhões do financiamento firmado em dezembro de 2013. O empréstimo de US$ 45 milhões foi obtido a partir de um consórcio de titulares da companhia e está sendo usado para manter as operações da empresa na mina de Santa Rita, em Itagibá (BA).
No comunicado da semana passada, a mineradora afirmou que as férias coletivas poderiam ser canceladas a qualquer momento, caso o grupo Ad-Hoc se comprometesse a fornecer apoio financeiro.
Enquanto não houvesse confirmação de novos financiamentos, a Mirabela seguiria em busca de novas propostas de recapitalização. No anúncio desta quarta-feira, a mineradora afirmou que nenhuma proposta alternativa foi recebida e que uma reunião com os credores será marcada nas próximas semanas.
No dia 25 de fevereiro, a empresa recebeu uma proposta de recapitalização do grupo Ad-Hoc, formado por detentores de 8,75% de notas seniores, não asseguradas, no valor de US$ 395 milhões. De acordo com a Mirabela, o plano de recapitalização continua sendo a única opção disponível para assegurar que a mina de níquel Santa Rita permaneça em operação.
Acionistas da empresa criaram uma petição pública para manter suas participações na empresa, que foram reduzidas com o plano de recuperação anunciado em fevereiro. O documento, disponível na Avaaz.org desde o dia 18 de abril, será entregue à KordaMentha, administradora da mineradora. Até hoje, petição havia side assinada por 29 pessoas.
Na petição, os acionistas afirmam que “é importante para a KordaMentha perceber que os atuais acionistas da Mirabela Nickel estão sofrendo, sem culpa, o risco de perder todas as economias investidas na empresa, devido a uma falta de transparência nas negociações sobre o futuro da mineradora."
Em março, um grupo de 30 acionistas da Mirabela Nickel pediu aos novos administradores da mineradora que verificassem se a companhia agiu de forma “enganosa” antes de suspender a negociação das ações em outubro de 2013. O grupo teve suas ações reduzidas a 0,01% de participação com o plano de reestruturação apresentado pela mineradora.
De acordo com o plano de reestruturação, os credores norte-americanos, que detinham notas promissórias no valor de US$ 395 milhões, passaram a possuir 54,4% da Nova Mirabela, a versão reestruturada da empresa. Restaria para os acionistas atuais 3,3% das ações ordinárias na versão reestruturada da empresa. Na prática, o controle da empresa passa a ser dos detentores de notas promissórias, asseguradas ou não, e os acionistas tiveram suas ações diluídas ainda mais.
O endividamento da Mirabela aumentou com a redução do preço do níquel e se deteriorou com a perda de um dos dois clientes, a Votorantim Metais, em novembro do ano passado.
O único ativo da Mirabela é a mina de níquel Santa Rita, em Itagibá (BA).
Fonte: Notícias de Mineração