Minério de Ferro deverá gerar saldo de US$ 35 bilhões.

A mineração vem se tornando um importante esteio da balança comercial brasileira nos últimos anos. O saldo comercial do setor não apenas vem crescendo, como em 2010 chegou até mesmo a superar o resultado da balança comercial nacional, feito que deve se repetir este ano. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), em 2006, o saldo comercial do setor de minérios representava 14% da balança comercial do país.

Em 2008, o número chegou a 53% e em 2010 atingiu seu ponto máximo: 136%. "Para 2011, a projeção é de que o setor chegue a um saldo de US$ 35,95 bilhões, o que representa 118% da balança comercial brasileira no ano", diz o presidente do Ibram, Paulo Camilo Penna.

De cada US$ 5 exportados pelo Brasil quase US$ 1 vem da mineração. Houve forte aumento nas exportações de ouro com a demanda da China, mas a pauta é dominada pelo minério de ferro, que representa mais de 80% do total das exportações minerais. "Nos demais produtos extraídos no país, nós consumimos a maior parte da produção no mercado interno, por isso as exportações são baixas", diz Ronald Valiño, líder de mineração da PWC Brasil.

Como o cenário é positivo até 2013, a perspectiva é de um bom desempenho na balança comercial em 2012. "Ainda que haja alguma retração na economia global, a tendência de demanda continua em alta pelo menos até 2013, quando novos projetos de mineração devem entrar em operação e aumentar a oferta, jogando os preços para baixo", diz a analista do setor de mineração e siderurgia Stefânia Grezzana, da Tendências.

O único cenário que poderia reverter essa tendência, diz Stefânia, seria uma paralisação completa da economia na Europa e nos Estados Unidos, concentrando a demanda mundial na China. "Aí, toda a produção seria destinada a esse mercado e acabaria a restrição de oferta que sustenta os preços hoje em alta. Mas o cenário mais provável não é de ruptura e sim de um período prolongado de baixo crescimento."

Já a indústria siderúrgica tem uma perspectiva menos favorável. Mesmo com a redução das importações e aumento das exportações este ano, o cenário externo é hostil. "Mundialmente, a siderurgia está em situação oposta a da mineração. Sofre com excesso de oferta e demanda em queda", diz Stefânia. Segundo o Instituto Aço Brasil, o excesso de oferta no mercado mundial chega a 500 milhões de toneladas de aço.

Fonte: Valor Econômico.

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