Um revolucionário na CPRM

O personagem mineral desta edição foi perseguido, preso e torturado durante o regime militar, quando cursava geologia na Universidade Federal da Bahia.

Em 1974, recém-formado, foi contratado pela Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e prestava serviços no DNPM quando foi sumariamente demitido.

Em junho último, 37 anos depois, Manoel Barretto da Rocha Neto substituiu Agamenon Dantas no comando da mesma CPRM. Sua ascensão ao cargo possui um significado pessoal e político muito importante para ele e toda uma geração que foi severamente reprimida nos anos da ditadura militar.

Considerando, dentro e fora do governo, um técnico competente e gestor eficiente, o geólogo exercia, desde 2003, o cargo de diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM.

Agora irá tocar projetos considerados estratégicos como o programa de Geologia Marinha, que vai garantir ao país o direito de explorar áreas de sua plataforma continental jurídica.

Barreto, que recebeu a revista In The Mine para uma entrevista exclusiva em seu gabinete, em Brasília (DF), afirma que deseja dinamizar a empresa, aperfeiçoar sua gestão e intensificar os levantamentos geológicos e aerogeofísicos, o mapeamento de áreas de risco e os trabalhos para pesquisa de água subterrânea. O que, segundo ele, passa necessariamente pela contratação de mais geólogos e técnicos.

Rebatendo as críticas sobre a falta de investimentos públicos em mapeamento geológico, afirma que, nos últimos oito anos, estamos voando o que nunca foi voado antes. Além disso, revela que, até 2014, serão investidos R$ 633 milhões em projetos da CPRM inseridos no PAC, inclusão essa que atende a um pleito antigo da empresa.

Coerente com seu histórico recomenda aos novos geólogos vontade, entusiasmo, seriedade e muita ética, e se declara, ainda hoje, um apaixonado por sua profissão. Parodiando meu conterrâneo Gilberto Gil, posso dizer que, na minha vida, a geologia me deu régua e compasso, conclui.

Leia a entrevista aqui.

 

 

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