China continuará a moldar mercado mineral do Brasil com compras volumosas
O crescimento acelerado da China prosseguirá por muitos anos ainda e, portanto, é boa a perspectiva de exportação de minérios brasileiros para aquela país, na opinião de Colin Ronald Pratt, Managing Consultant da CRU Strategies (Reino Unido) e de Marcelo Aguiar, analista brasileiro da Goldman Sachs Brasil.
Ambos participaram da sessão plenária “O presente e o futuro do negócio mineral”, que abriu o segundo dia do 14º Congresso Brasileiro de Mineração. O evento acontecerá até 29/09 no Expominas, em Belo Horizonte(MG), organizado pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração.
“A China ainda está conservadora na compra de ativos minerais em outros países (para assegurar oferta para seu mercado interno). Podemos esperar que isso fique mais dinâmico”, disse Aguiar.
Para Pratt, a China logo responderá por 50% do consumo de vários metais importantes como cobre, zinco, alumínio, níquel, zinco, estanho e chumbo. Na última década, a China passou de um consumo de 10% para 40% desses minérios”.
Segundo Pratt, “é preciso aproveitar enquanto a situação está boa, com a China comprando. E esse movimento não deve mudar antes de um prazo de dez anos”.
Sobre este tempo de duração do “milagre econômico chinês”, Pratt diz que a construção de infraestrutura na China “não chegou nem à metade da necessidade. Há muito potencial de crescimento, ainda mais que o movimento migratório do campo para as cidades é imenso.
Por isso, o setor mineral brasileiro continuará a ser moldado pela intensa demanda da China. Lembro ainda que com o crescimento, a China vai demandar cada vez mais comida, o que implica em importar fertilizantes, uma oportunidade para o Brasil”.
Pratt disse que “todos temos que agradecer à China. Sem ela não haveria evolução tão rápida do setor mineral como se observou.
Ele também acredita que poderá haver novas oportunidades para o setor mineral, inclusive do Brasil, junto aos países europeus, caso encontrem saída política para a atual crise. “A crise de endividamento atinge apenas países específicos da zona do euro e não todos os países.
Por isso, acho que há solução econômica relativamente fácil. Mas a decisão política é complicada porque é preciso cortar gastos e elevar impostos, por exemplo. Acho que é uma crise política e não econômica como falam”.
Fonte: IBRAM