C.Suisse: negociacão de minério pode ser a mais longa da história
O banco Credit Suisse acredita que as negociações para definição de preço do minério de ferro podem ser as mais longas da história devido à falta de previsibilidade do cenário internacional. "A falta de clareza em relação ao ano que vem impossibilitou até o início das negociações", informou por meio de relatório divulgado ontem. Segundo o banco, os chineses pretendem obter reduções de 20% a 82% nos preços do insumo.
O banco prevê uma queda de até 9% nos preços do minério produzido pela Vale em Carajás, enquanto o minério fino australiano pode cair cerca de 20%. A diferença se justifica pelo prêmio obtido pelos australianos neste ano. No momento, o minério australiano é o mais caro na China, com um prêmio de US$ 5,6 por tonelada em relação ao minério de Carajás e US$ 12,6 em comparação com o minério indiano. "Esperamos uma pressão maior sobre os preços do minério australiano", informou o banco. Segundo o Credit, o mercado de minério está melhorando nas últimas semanas. O preço do minério indiano na China subiu de US$ 73,5 por tonelada para US$ 80,50, uma alta de 9,5%. "Este é o movimento de alta mais expressivo desde que os preços começaram a cair, em março."
Outro fato positivo foi a redução dos estoques de minério na China, que passaram de 66 milhões de toneladas para 63 milhões de toneladas na semana terminada em 12 de dezembro. Hoje, os estoques representam o equivalente a oito semanas de consumo, depois de terem chegado a dez vezes o consumo. O relatório destacou ainda a queda dos preços do frete, que estavam muito caros e davam uma vantagem competitiva aos australianos em relação ao Brasil. No momento, a diferença entre o frete dos dois países é de US$ 3 por tonelada, bem abaixo dos US$ 65 de diferença registrados no pico do mercado.