WSJ:acordo da Rio Tinto com Chinalco pode acelerar mudança no setor

O acordo fechado no mês passado entre a chinesa Chinalco e a mineradora australiana Rio Tinto pode acelerar uma mudança estrutural no funcionamento do mercado de minério de ferro, afirma um artigo publicado pelo Wall Street Journal Ásia.

A venda de minério de ferro envolve a movimentação de grandes quantidades da commodity por longas distâncias, portanto é um exercício de logística, e as mineradoras preferem contratos de venda de longo prazo para sustentar os investimentos futuros.

Isso se reflete no atual sistema de preços, no qual uma grande siderúrgica, a Baosteel, e uma associação, a Cisa, representam as demais empresas do setor na China em negociações anuais com as três grandes mineradoras mundiais – Vale BHP Billiton, Rio Tinto.

O resultado da negociação é um preço de referência que vale a partir do ano fiscal iniciado em 1 de abril. Esse sistema, conforme aponta o analista Rob Clifford, do Deutsche Bank, está mostrando sinais de esgotamento. O primeiro deles foi a grande divergência entre os preços fechados com a Vale e a Rio Tinto no ano passado.

Neste ano, segundo o artigo do Journal, a Vale decidiu efetivamente passar a liderança para a Rio Tinto, no que seria um reflexo do fato de que a China é hoje o maior mercado para o minério de ferro e a Austrália, seu maior fornecedor.

Uma alternativa seria a mudança para um sistema de preços à vista. Esse mercado nascente, que responde por 10% do total das exportações de minério, tem crescido fortemente.

Ele daria sinais mais atualizados e constantes de preços para as decisões dos investidores, especialmente se um mercado de futuros com liquidez puder se desenvolver. Mas isso ainda deve demorar.

Nesse meio tempo, os spreads em preços contratuais entre regiões e produtores deverão continuar se alargando, efetivamente quebrando a tendência rumo ao oligopólio. E Pequim não deverá ficar insatisfeita com isso, termina o artigo do Journal.

Fonte: Agência Estado

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