Mapas geológicos diziam que jazidas eram pobres
Nem os próprios habitantes do Piauí davam a devida importância ao mineral. Os mapas geológicos sempre identificaram as jazidas como uma mistura de areia e ferro, de baixíssimo potencial econômico.
JC só se aventurou pelo sertão depois de ter sido procurado por um homônimo em um seminário de mineração em Minas Gerais, há dois anos.
Ele conta que o geólogo piauiense apareceu com meia dúzia de folhas de papel, com um estudo superficial da área.
"Mas foi o suficiente para entrar no avião e ir a campo com uma equipe de geólogos", lembra JC, que sempre credita o sucesso de suas descobertas à uma intuição acima da média.
Um ano depois, começaram a perfurar o solo. Até agora, a GME4 investiu R$ 9 milhões em pesquisa – ou 30% dos gastos da empresa.
JC projeta que o custo de produção vai ser de US$ 21 a US$ 23 por tonelada de minério de ferro, valor suficiente para dar viabilidade ao projeto, mesmo num cenário de queda nos preços, segundo ele.
"Não acredito que os preços vão cair muito, porque os chineses serão pressionados pelos fornecedores."
Segundo a GME4, a mina terá capacidade de produzir anualmente 20 milhões de toneladas de pelot feed (minério de ferro concentrado em pelotas de argila), o que garante uma vida útil de 17 anos para o empreendimento.
Quando entrar em produção, a unidade vai exigir US$ 770 milhões em investimentos. "Se as nossas expectativas se confirmarem, essa vai ser a segunda maior mina do Brasil em movimentação de minério de ferro, depois de Carajás", acredita o geólogo.
Fonte: Agência Estado