Venda de minério de ferro afeta balança

A negociação entre as siderúrgicas chinesas com a brasileira Vale e a australiana Rio Tinto para reduzir o preço do minério de ferro já teve impacto negativo na balança comercial brasileira de maio.

A expectativa sobre uma possível queda nos preços reduziu a demanda e a cotação do produto em vários mercados.

“Há uma negociação privada em curso que já afetou os preços”, disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.

Pelos dados do ministério, as vendas externas de minério de ferro caíram 42,7% em maio na comparação com abril. Barral disse que a queda nos preços foi de 12,2% e na quantidade embarcada, de 34,7%.

Por causa desse movimento, as exportações de produtos básicos, que apresentavam variações positivas até abril, tiveram retração em maio de 4% em relação ao mês anterior, e acumulam queda de 6,5% de janeiro a maio de 2009.

Segundo Barral, se fosse excluído o minério de ferro da balança comercial, as exportações de maio teriam crescido 2,4% ante abril. As vendas externas, porém, caíram 2,7%, pela média diária, totalizando US$ 11,98 bilhões.

As importações no mês passado somaram US$ 9,33 bilhões, com alta de 8,4% em relação a abril. O superávit foi de US$ 2,65 bilhões.

Na comparação com maio de 2008, houve queda generalizada. Pela média diária, as vendas externas recuaram 37,9% e as importações, 38,7%.

O saldo caiu 34,9%. Barral, porém, disse que essa comparação é distorcida, porque em maio de 2008 houve um registro muito grande, principalmente, de exportações represadas na greve dos auditores fiscais, ocorrida no mês anterior de abril.

“O cenário mais crível, em relação às exportações e importações neste ano, é o acumulado dos cinco meses.

” De janeiro a maio, as exportações caíram 22,2%, pela média diária, totalizando US$ 55,48 bilhões. As importações somam US$ 46,11 bilhões, retração de 26,6%.

O superávit acumulado no ano é de US$ 9,37 bilhões, alta de 10,4%. As vendas externas de semimanufaturados apresentaram queda de 27,7%, e as de manufaturados, de 30,5%.

Barral informou que houve, em relação a abril, uma recuperação nas exportações brasileiras para alguns mercados, como União Europeia, América Latina e Caribe e Mercosul.

Ele avaliou que já há um aumento de demanda nesses mercados e que a alta das exportações em maio pode significar o início de uma recuperação.

Mas, no acumulado de janeiro a maio, apenas as vendas à Ásia cresceram ante igual período de 2008. Subiram 11,2%, com destaque para a China, com 35,6%.

As vendas aos Estados Unidos caíram 40,7%, o que fez com que a participação daquele país nas vendas brasileiras caísse de 14,2%, de janeiro a maio de 2008, para 10,8%.

Os embarques à União Europeia caíram 28%. Para o Mercosul, a queda foi de 41,1%. Nas importações, também há queda em todas as categorias no acumulado de 2009.

As compras internacionais de bens de capital caíram 10,4%, em relação ao período de janeiro a maio de 2008, e as de matérias-primas e intermediários tiveram queda de 31,2%.

As importações de bens de consumo caíram 4,4% e as de combustíveis e lubrificantes, 48,7%.

Fonte: Brasil Infomine

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