BHP Billiton avança em mudança do sistema de preço do minério

A BHP Billiton deu um passo importante em sua campanha em favor de um novo modo de precificação do minério do ferro, ao anunciar que 30% de suas vendas neste ano serão feitas por meio de um mix de preços ligados a índices, contratos trimestrais e vendas no mercado à vista.

Embora a companhia tenha se recusado a discutir detalhes de acordos individuais, uma fonte próxima das negociações disse que essa parcela de 30% de suas vendas inclui algumas siderúrgicas chinesas que aceitaram a mudança.

A BHP disse que até o momento fechou 23% de suas vendas sob o sistema tradicional de referência (benchmark) a preços em linha com os já acordados entre a Rio Tinto e siderúrgicas japonesas. Segundo a fonte, essa parcela destina-se principalmente a japoneses e coreanos.

A Rio Tinto concordou com um corte de 33% do preços dos finos de minério de ferro com siderúrgicas japonesas, coreanas e taiwanesas, o que resulta numa cotação “free-on-board” de cerca de US$ 61,1 a tonelada.

As negociações prosseguem com seus clientes para os demais 47% de seus volumes de minério de ferro, disse a BHP.

O anúncio de hoje pela BHP confirma a crescente visão no mercado de que este ano será marcado pelo início do abandono do velho sistema benchmark, no qual as mineradoras costumam vender até 80% de sua produção anual por meio de contratos de longo prazo, o que resulta em preços uniformes para todas as siderúrgicas que conseguem fechar esses contratos.

O executivo-chefe da BHP, Marius Kloppers, vem há muito tempo argumentando que esse sistema está desatualizado e que uma formação de preços mais regular é necessária para refletir os movimentos do mercado durante o ano.

“A companhia acredita que os acordos atuais sejam um indício de contínuo progresso rumo a uma formação de preços de mercado mais transparente”, disse a mineradora em comunicado.

A Associação de Ferro e Aço da China (Cisa, na sigla em inglês), que representa as siderúrgicas chinesas no processo de negociação, insiste num corte superior ao de 33% proposto pelas mineradoras australianas.

As negociações não avançam e diversas siderúrgicas da China confirmaram que fecharam acordos provisórios de preços para garantir o recebimento do minério.

O processo complicou-se ainda mais após a prisão, no dia 5, de quatro executivos da Rio Tinto por autoridades chinesas, que os acusam de espionagem.

Fonte: Agência Estado

 
 

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