Mapeamento mineral no CE envolve R$ 1 mi
Mapeamento mineral do Estado abrange 45 quilômetros quadrados e seu orçamento está incluído no PAC
Até o fim do próximo ano, deve estar concluído o mapeamento geológico e cadastramento de recursos minerais de cerca de 45 mil quilômetros quadrados das regiões norte e centro-oeste no Ceará. O levantamento, segundo o geólogo Maurílio Vasconcelos, coordenador executivo da área de Geologia e Recursos Minerais do Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) no Estado, tem como objetivo indicar áreas mais favoráveis à mineralização de interesse econômico em território cearense. "Abrange Sobral, Crateús, Santa Quitéria, Independência e Novo Oriente", diz
O mapeamento integra o Programa Geologia do Brasil, que, por sua vez, está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entre 2009 e 2010, as pesquisas sobre ocorrências minerais no Ceará vão consumir aproximadamente R$ 1 milhão.
"O trabalho vem sendo desenvolvido em parceria com as universidades federais do Ceará (UFC) e do Pará (UFPA), contando com a participação de 20 técnicos na área de geologia". De acordo com Vasconcelos, o levantamento coordenado pela CPRM vai apontar a existência ou não de minérios nas cidades citadas.
Viabilidade de exploração
A viabilidade de exploração só pode ser detectada por um estudo complementar, feito pela iniciativa privada. "O passo seguinte é de análise química e estudos de sondagem para quantificar a área.
O investidor tem que avaliar a quantidade (de minério) para saber o valor de investimento e o tempo de retorno", completa. A permissão de pesquisa e, em caso positivo, de lavra, é concedida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
"É um processo relativamente longo entre o mapeamento e a exploração de uma ocorrência mineral. Veja o caso de Itataia (reserva de urânio e fosfato, localizada no município de Santa Quitéria), que até hoje não se começou a lavrar.
Você tem também o processo de licenciamento ambiental", explica. Entretanto, Vasconcelos ressalta a importância da mineração para o Estado por ser uma atividade que não depende do clima, como a agricultura. "Assim, você consegue manter o homem no campo", argumenta o geólogo.
Potencial em não-metálicos
Conforme Vasconcelos, o Ceará tem potencial muito grande para a exploração de minerais não-metálicos. "Nossa grande vocação são os chamados minerais de uso industrial, como calcário, areia, argila, grafita, rocha ornamental", comenta.
No caso específico de rochas ornamentais, o Estado fica em segundo lugar entre os produtores do Nordeste, com aproximadamente, 2% de toda a produção brasileira. Só perde para a Bahia. "Na região de Santa Quitéria, há uma boa quantidade de empregos gerados por empresas como Granistone, que explora granito ornamental", diz.
Os minerais explorados no Ceará são os de uso na construção civil como argilas, diatomito, areias e cascalhos, além de calcários, magnesita, gipsita, rochas ornamentais, fosfato e urânio, gemas e minerais de pegmatitos e minérios de ferro, cromo e minerais do grupo da platina.
Dados disponíveis sobre o setor estão defasados: em 2006, a mineração rendeu, em exportação, US$ 12,5 bilhões ao Estado. A estimativa era de que o setor empregava 3.816 pessoas.
DESENVOLVIMENTO
Potencial do setor é identificado pela CPRM riqueza
Com a missão de gerar e difundir o conhecimento geológico e hidrológico básico necessário para o desenvolvimento sustentável do Brasil, foi criada há 40 anos a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).
Para marcar as quatro décadas de atuação, a Residência da CPRM em Fortaleza (Refo) programou atividades – que começam amanhã (23), às 14h, no auditório da Funceme – e vão até sexta-feira desta semana.
No Ceará, a CPRM tem uma ampla atuação na execução de projetos nas áreas de geologia básica e pesquisa mineral. A Refo criada em 1972, para sediar o Projeto de Levantamento dos Recursos Minerais do Estado.
Darlan Filgueira, chefe da unidade operacional, ressalta que o Ceará ocupa o 4º lugar no ranking da Região Nordeste, ficando atrás somente da Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe, em produção mineral.
O papel da CPRM, com o mapeamento geológico, dentre outras finalidades, é identificar áreas de potencialidade de ocorrências minerais no território cearense.
A capacidade produtiva, a viabilidade econômica e os impactos são estudos de responsabilidade da iniciativa privada.
Filgueiras observa que o desenvolvimento ordenado do setor mineral de uma região tem direta dependência com o nível de seu conhecimento geológico básico.
Fonte: Diário do Nordeste