Entrevista com Rafael Avena sobre mineração no Estado
A Bahia descobriu que a atividade mineral pode ser um dos motores do desenvolvimento. Em 2009, o Estado registrou a maior quantidade de requerimentos de pesquisa, por empresas e pessoas físicas, do Brasil, com 3508 processos protocolizados. Segundo o Secretário de Indústria. Comércio e Mineração, a Bahia licitou a maior área de mineração de toda a história do estado de uma única vez a Bahia e tem uma perspectiva de deixar de ser o quinto produtor mineral e passar a ser o quarto produtor e rapidamente chegarmos ao 3º lugar. Atualmente, segundo a Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração existem protocolos assinados com vistas à implantação de empresas que atingem o montante de R$ 5,6 bilhões.
Rafael Avena, diretor técnico da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral afirma que “ a Bahia hoje é a bola da vez em termos de investimento na área mineral”. Segundo ele, o crescimento da Bahia no setor começou no ano de 2007, quando o estado passou Minas Gerais em termos de requerimentos de área. Hoje, empresas como Votorantim, Gerdau, Bamin, Mirabela, Largo, Vale injetam grandes quantias no desbravamento mineral da Bahia.
A Bahia foi protagonista, por exemplo, do descobrimento da maior mina de níquel da América Latina nos últimos dez anos, que começou a funcionar em dezembro no município de Ipiaú e Itagibá, sul do estado. A extração das reservas de mais de 150 milhões de toneladas, com 0,62% de teor de níquel, é administrada pela CBPM e Mirabela Mineração do Brasil. Além da grandiosidade para a AL, Rafael conta que é também a terceira maior mina de níquel a céu aberto do mundo. “Nosso estado passará a ser o segundo maior produtor de níquel do Brasil e a CBPM, com os royalties que irá receber a partir desse ano, passará a ser autossufuiciente”. Os investimentos foram da ordem de R$ 700 milhões, com geração de 1.500 empregos diretos. Segundo informações da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração, no último trimestre de 2009, foi produzido 28 mil toneladas de níquel a 13% e estão sendo disponibilizadas 150 mil toneladas/ano no mercado nacional. O presidente da CBPM, Alexandre Brust, disse que ela “é um alento para a população, que sobre com a decadência do cacau na região”.
O estado leva o topo nacional na produção de urânio, cromo, magnesita. Tem a segunda posição brasileira em extração de cobre, a terceira em ouro e promessas para que, até 2012, ganhe a segunda colocação na produção de ouro. E vem encontrando outras fontes, a exemplo da mina de ferro de Caetité, no sudoeste baiano, que, entre os 1.136 m de rampa e os 19 m de altura, tem cerca de 500 milhões de toneladas e levou investimento de R$ 17,5 milhões. Rafael Avena diz que a aparição do ferro em Caetité e, no dia 11 deste mês, de ainda mais ferro em Coração de Maria, fará do estado uma potência em produção mineral. As terras baianas também revelaram outros minérios recentemente, como a bauxita (alumínio) e a bentonita. Esta última foi achada em Vitória da Conquista, tornando a Bahia, em 2009, o segundo maior provedor do país, quando o estado atingiu a produção de 60 mil toneladas (100% da sua capacidade), passando Pará, Minas Gerais e Goiás.